Quando escutei pela primeira vez a palavra globalização, tive dificuldade de entender seu significado e conceito. O termo começou a ser difundido em meados da década de 80 e daí por diante “garrou” força, como diz o gaúcho.
Na década de 90 já era comum seu uso e a compreensão
de seu significado estava bem assimilada por boa parte da população pensante. Recentemente
fui pesquisar sobre o assunto e vi que em 2000 com as relações em andamento do
Brasil com o FMI, o Fundo Monetário Internacional, o termo fortaleceu a
compreensão para seus aspectos relacionados ao comércio, as transações
financeiras e os movimentos de capital e de investimento, oportunizando o
desenvolvimento de certa rejeição por parte de muitos ativistas culturais e
políticos em nosso país e no mundo.
Mas globalização refere-se também a migração e
movimento de pessoas e a disseminação do conhecimento, além dos desafios
ambientais como as mudanças climáticas, poluição do ar e excesso de pesca nos
oceanos, de queimadas nas florestas, manejo de solos e mananciais aquíferos e
energéticos. Tudo isso está ligado à globalização.
Hoje estamos totalmente imersos na tal globalização
sob todos os aspectos e nada mais nos causa estranhamento. Temos acesso às
notícias em tempo real sobre fatos ocorridos em qualquer ponto do planeta e
podemos opinar e discutir sobre qualquer assunto, com qualquer pessoa a
qualquer momento, através das redes sociais, como o Facebook e outros,
confortavelmente instalados em nosso lar.
Os assuntos debatidos também estão globalizados e alguns
são bem polêmicos a ponto termos compreendido que não convém aborda-los se não estamos
preparados para entrar em uma roda viva de discussões e até desacato, caso não
concordemos com a opinião de certos internautas mais agressivos. Recentemente
compartilhei em meu “feice” o cartum de um colega, cujo tema é a questão que
está sendo discutida a respeito da disciplina nas salas de aula e a
possibilidade de impedimento de punições a alunos problemáticos, com suspensão
ou expulsão. Há um entendimento de que isso não será mais permitido. Imaginem
como será daqui pra frente se essa medida for adotada. O aluno que desrespeitar
colegas ou professores não poderá mais ser punido disciplinarmente de forma
rigorosa e a escola terá de encontrar um meio para solucionar o problema
internamente, sem o afastamento do desajustado. É bem complicado...
Pensando nisso, lembrei-me de outro fato ocorrido
recentemente, que também circulou pela internet, observei que ainda vigora a
velha regra que diz que se não punirmos os desajustados, a própria vida o fará.
Refiro-me ao ocorrido recentemente, quando um menino que ignorou todas as normas
e advertências de segurança, ao visitar um zoológico da cidade de Cascavel no
Paraná, acabou sendo atacado por um tigre, tendo seu braço arrancado. O fato
foi bem documentado, com imagens inclusive, que circulam livremente pela
internet, fato que tem intrigado a polícia, que deseja saber quem são seus
autores.
No “feice”, após o ocorrido circulou até lista de
adesão para que a fera fosse sacrificada, como se tivesse culpa, Imaginem só! É
como se na arena de touradas o touro fosse o culpado de todas as agressões
“esportivas” a que os toureiros lhe submetem. Não tem cabimento, mas esse é o
mundo em que vivemos, expondo-se diariamente através das redes de comunicação,
para que o avaliemos e quem sabe, se formos coerentes possamos discuti-lo e
reformula-lo, para melhor.
Enfim, o menino que foi trucidado pelo tigre, agora,
também através das redes sociais e de comunicação, apela para que não
sacrifiquem o animal, reconhecendo sua culpa por imprudência e descaso.
Certamente aprendeu da forma mais dolorosa, a lição de que não devemos “cutucar
o tigre com vara curta”, como diz aquele
ditado que me criei ouvindo “dos mais velhos” e que também transmiti aos meus
filhos.
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