Poucos sabem que 89 anos atrás, choveu bala aqui pelas ruas de Santa Maria.
Tive a honra e satisfação de participar da diagramação e montagem da apresentação em banners, deste importante trabalho de pesquisa sobre um episódio pouco conhecido ou lembrado pelos atuais santa-marienses.O autor, Wagner Serafini dos Santos, do Programa de Pós-Graduação Profissional em Patrimônio Cultural da UFSM, fez um excelente trabalho.
A exposição fotográfica A revolta militar de Santa Maria: novembro de 1926 surgiu a partir de uma pesquisa de Wagner Serafini dos Santos, sob orientação da Prof.ª Dr.ª Maria Medianeira Padoin, para o Mestrado Profissional em Patrimônio Cultural da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
A
pesquisa buscou informações bibliográficas e documentais para narrar a história
da revolta militar e para divulgá-la por meio da exposição fotográfica. No
total, foram pesquisados os acervos de seis instituições, às quais agradecemos
o apoio: Arquivo Histórico Municipal de Santa Maria, Casa de Memória Edmundo
Cardoso, Centro Histórico Coronel Pillar, Colégio Marista Santa Maria, Memorial
Mallet e Museu Educativo Gama d'Eça.
De
caráter itinerante, a exposição foi planejada para ser montada na Reitoria da
UFSM (09/11/15 a 20/11/15), no Arquivo Histórico Municipal de Santa Maria
(23/11/15 a 11/12/15) e na Câmara Municipal de Vereadores de Santa Maria
(14/12/15 a 31/12/15). A seguir, um resumo da história da revolta militar de
1926.
A revolta militar de
Santa Maria em 1926:
Na
madrugada de 16/11/1926, os primeiros-tenentes Alcides Gonçalves Etchegoyen,
Nelson Gonçalves Etchegoyen, Heitor Lobato Valle e Iguatemi Moreira lideram um
levante no 5º Regimento de Artilharia Montada (atual 3º Grupo de Artilharia de
Campanha Autopropulsado – Regimento Mallet) e no 7º Regimento de Infantaria
(atual 7º Batalhão de Infantaria Blindado – Regimento Gomes Carneiro), para
impedir a posse do presidente Washington Luís. A revolta fazia parte do
Tenentismo, movimento armado nascido no Rio de Janeiro em 1922 e que mobilizou
uma parcela do Exército Brasileiro no combate aos governos e às fraudes
eleitorais do Brasil na época (BELÉM, 2000; BELTRÃO, 2013; FIGUEIREDO, 1995).
Em
Santa Maria, os contingentes rebelados são combatidos pelo 1º Regimento de
Cavalaria da Brigada Militar (atual 1º Regimento de Polícia Montada), comandado
pelo então major Aníbal Garcia Barão, com apoio de militares do Exército
contrários à revolta e do Esquadrão Auxiliar de Cachoeira do Sul. Civis aderem
aos dois lados do combate, e apesar da superioridade numérica dos rebeldes,
eles não conseguem romper a linha de defesa da Brigada Militar, constituída por
uma série de trincheiras ao longo da Rua Sete de Setembro, da Avenida Rio
Branco e das ruas Marechal Floriano Peixoto e Gaspar Martins. Durante a
batalha, os feridos são atendidos no Hospital de Caridade Dr. Astrogildo de
Azevedo e no Hospital Militar do Exército, atual Hospital de Guarnição de Santa
Maria – HGUSM (ABREU, 1958; BELTRÃO, 2013; LOPES SOBRINHO, 2000).
Disparos
de canhões pelos revoltosos tentam em vão acertar o quartel da Brigada Militar,
enquanto os brigadianos revidam com metralhadoras. O centro da cidade é
bombardeado, danificando prédios, residências e a usina elétrica local,
provocando falta de luz e a fuga de uma parte da população. Ocorrem mortes de
brigadianos, militares rebelados e civis. Diante da resistência da Brigada, os
rebeldes desistem do combate e se retiram de Santa Maria, terminando a batalha
no dia 17/11/1926. Os brigadianos retornam ao seu regimento sob vivas de
populares (BELTRÃO, 2013; HORAS..., 1926; LOPES SOBRINHO, 2000), e a revolta
militar é repercutida pelos jornais santa-marienses Correio da Serra, Diário do
Interior, Gaspar Martins e O Castilhista.
Locais,
datas e horários:
Hall da
Reitoria da UFSM
9 a 20/11 de 2015 - Segunda a sexta-feira, das 8h
às 19h
Arquivo
Histórico
Municipal de
Santa Maria
23 de novembro a 11 de dezembro de 2015
Segunda a sexta-feira, das 8h às 16h
Câmara
Municipal de
Vereadores
de Santa Maria
(2º andar)
14 a 31 de dezembro de 2015
Segunda a quinta-feira, das 8h às 12h e das
13h30min às 17h30min
Sexta-feira, das 7h30min
às 13h30min
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