Xiru Lautério "O PERSONAGEM MAIS BAGUAL DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS BRASILEIRAS"

18 de mai. de 2010

CARTUM

Narrativa humorística, expressa através da caricatura e normalmente destinada à publicação em jornais e revistas. O cartum é uma anedota gráfica. Seu objetivo é provocar o riso do espectador; e sendo uma das manifestações da caricatura, ele chega ao riso através da crítica mordaz, satírica, irônica e principalmente humorística do comportamento do ser humano, das suas fraquezas, dos seus hábitos e costumes. Muitas vezes, porém, o riso contido num cartum pode ser alcançado apenas com um jogo criavo de idéias, por um achado humorístico (que em francês se chama trouvaille) ou por uma forma inteligente de trocadilho visual. O cartunista pode recorrer às legendas ou dispensá-las.

Os cartuns sem legendas ou sem texto foram chamados, durante muito tempo pela imprensa brasileira de “piada muda”. Eram comumente publicados, também com a legenda “sem palavras”. A idéia de que o cartum sem legenda (que teve o seu apogeu nas páginas da revista francesa Paris Match nos anos 50) teria mais qualidade de que os cartuns com diálogos ou textos, levou um dos maiores cartunistas do Brasil, o mineiro Borjalo, a criar um boneco sem boca para ilustrar todos os seus cartuns (revista Manchete, década de 50).

Na composição do cartum podem ser inseridos elementos das Histórias em Quadrinhos, como os balões, subtítulos, onomatopéias, e até mesmo a divisão das cenas em quadrinhos.

A narrativa do cartum pode constar de uma cena apenas ou de uma sequência de cenas. No primeiro caso, o riso deve ser alcançado pela idéia contida no desenho de um simples momento; no segundo, em geral, a narrativa conduz a para um desfecho engraçado. O termo cartum origina-se do inglês “cartoon” – cartão, pequeno projeto em escala, desenhado em cartão para ser reproduzido depois em mural ou tapeçaria. A expressão, com o sentido que tem hoje, nasceu em 1841, nas páginas da revista inglesa Punch, a mais antiga revista de humor do mundo. O Príncipe Albert encomendara a seus artistas uma série de cartoons para os novos murais do Palácio de Westminster; os projetos dos artistas reais, expostos, foram alvo de crítica e da mordacidade do povo inglês e a revista Punch resolveu publicar seus próprios cartuns, parodiando a iniciaticva da Corte.

Em quase todas as línguas do mundo, a palavra cartoon, com esse sentido, não tem equivalente: franceses, alemães, italianos, todos chamam cartoon de cartoon, mantendo inclusive a grafia original inglesa.

No Brasil, foi a revista Pererê, de Ziraldo, edição de fevereiro de 1964, que se lançou o neologismo cartum. A charge e a tira cômica podem ser consideradas subdivisões do cartum.

Cartunista

Aquele que cria ou desenha cartuns, tiras cômicas, histórias em quadrinhos de humor, desenhos de humor ou quaisquer ilustrações humorísticas.

Dicionário de Comunicação, Editora Codecri, de Carlos Alberto Rabaça e Gustavo Barbosa, 1978.

Extraído da página de “Don Suelda”: http://cartunistasolda.blogspot.com

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