Xiru Lautério "O PERSONAGEM MAIS BAGUAL DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS BRASILEIRAS"

21 de ago. de 2014

Quadrante Sul 06 será lançado em Porto Alegre no 4º Multiverso ComicConRS



Quadrante Sul 06 – Lançamento

O Grupo Quadrante Sul lançará sua nova revista, a Quadrante Sul 06, no dia 23 de agosto de 2014, na 4ª Multiverso ComicConRS (http://www.comiconrs.com/), com sessão de autógrafos às 19h30. Esta será a terceira publicação do Grupo desde seu retorno em 2009. Retorno este que já foi agraciado com o Troféu Angelo Agostini em 2012.

Nesta nova edição mantiveram-se alguns personagens criados nos anos 1990, e que apareceram nas edições anteriores com Caçador de Marcelo Tomazi, Sérgio Gama e João Paulo Vieira, e Exterminador de Denilson Reis, este um projeto desenvolvido com o Mestre Júlio Shimamoto. Entre as novidade teremos a HQ “Viva a Involução” numa temática de ficção-científica e policial, com roteiro de Alexandre Linck Vargas e arte de Fernando Damásio.

Jack Jadson, desenhista brasileiro que atua no mercado norte-americano apresenta uma HQ publicada originalmente na década de 1990 no fanzine Tchê. Outro artista que brilha nos EUA é Daniel HDR. Daniel desenhou a capa da revista e contou com Matias Streb para fezer a pintura. Colaboraram também: Henry Jaepelt, Iwfran Costa, Jerônimo de Souza, Marcel de Souza, Michel Sanches e Thais Campos.

Quadrante Sul 06 tem 32 páginas, capa colorida, miolo p&b, impressão em off-set e custa R$ 5,00. Pedidos por e-mail com Denilson Reis (tchedenilson@gmail.com).

Maiores informações acesse: http://quadrantesul.blogspot.com

13 de ago. de 2014

Sofá abandonado





















O gato Morcego dorme enrodilhado e tranquilo no sofá, sem saber o preço do feijão, do leite ou da carne.  Que vida boa tem esse gato, às vezes causa inveja...

Outro dia observei os escritos na lateral de um caminhão baú, que dizia algo sobre coleta de lixo orgânico, havia também um brasão da prefeitura de Santa Maria. Fiquei curioso, pois considero importante esse serviço e querendo saber mais sobre os procedimentos para essa coleta diferenciada, busquei na internet e encontrei, no site da Prefeitura Municipal, uma pagina com o título: Recicla Santa Maria – Programa de coleta seletiva. 

Além de instruções sobre coleta e manuseio dos resíduos, o site contém uma lista de materiais divididos nos seguintes itens: Resíduo coletivo; Não coletáveis; Lixo orgânico e Materiais especiais. Aconselho aos leitores interessados a visitar essa página.

É bom saber que temos algo assim aqui na nossa cidade, mas parece que essas ações não contam, porque andando por aí, sempre fico impressionado com o descaso e acúmulo de lixo nas ruas, principalmente próximo aos contêineres. Perto de minha casa tem um desses e observo que o caminhão de coleta passa por aqui diariamente, mas quase sempre tem resíduos em volta da lixeira que custam a ser recolhidos. A impressão que temos é de que a responsabilidade da empresa de coleta atém-se apenas ao lixo que está no interior do contêiner. Da pena de ver, nossa cidade que é considerada “Cidade cultura” não faz justiça a isso no que diz respeito aos cuidados como o lixo, nem com o patrimônio público, haja vista as pichações que se observam nas paredes, nos muros, nos monumentos e no descuido as praças e lugares de lazer.

O leitor atento deve estar se perguntando o que isso tem a ver com o gato Morcego dormindo no sofá... Pois bem, o detalhe curioso da situação do lixo é observar a quantidade de sofás velhos que são abandonados junto às lixeiras públicas, são muitos, cuidem pra ver. Fico imaginando o que um estudioso dos hábitos modernos nas cidades, diria sobre os sofás abandonados. Certamente daria assunto para uma tese. A pesquisa iniciaria com as prováveis perguntas: Porque tantos sofás são abandonados por aí? Qual o estado geral deles? Quais seus principais estilos de designs? Qual o provável perfil de seus donos? Quem foram eles? Porque isso está acontecendo? Seria sinais claros da ascensão a nova classe média a condições mais confortáveis, graças à elevação do seu padrão aquisitivo? 

Algum estudioso mais detalhista poderia partir pra uma tese em que o foco seria a história dos sofás abandonados. As questões seriam: Quantas pessoas sentaram nesses sofás? Se o sofá pudesse falar, o que contaria sobre sua vida? Quantas quartas-feiras se passaram pela vida do sofá? Quantos namoros aconteceram neles? Quantas ilusões e desilusões surgiram sobre seu assento confortável? Quantas famílias assistiram às novelas e ao futebol, sentados nesses sofás? E poderíamos acrescentar: Quantos gatos dormiram preguiçosamente sobre eles?

Tenho a impressão de que isso daria uma tese de abrangência nacional, porque parece que tem sofás abandonados pelo Brasil inteiro, podem observar quando estiverem viajando por aí. Liguem agora para algum conhecido ou parente que viva noutra cidade ou em outro estado, perguntem se tem observado sofás abandonados? Certamente a resposta será positiva. Façam a pergunta no “feice”, está sujeito até alguém fazer uma fanpage do “velho sofá descartado”. 

O caso é sério e inspira estudos e cuidados, mas pra mim, a explicação é só uma: a humanidade está carente de educação, não basta evoluirmos materialmente, se não evoluímos culturalmente e socialmente. É preciso que nos eduquemos, é uma questão ambiental. O planeta não suporta mais os avanços materiais e tecnológicos, sem o desenvolvimento da consciência e responsabilidade de seus habitantes e isso só será possível através da boa educação.

11 de ago. de 2014

O MENINO E O TIGRE































Quando escutei pela primeira vez a palavra globalização, tive dificuldade de entender seu significado e conceito. O termo começou a ser difundido em meados da década de 80 e daí por diante “garrou” força, como diz o gaúcho.

Na década de 90 já era comum seu uso e a compreensão de seu significado estava bem assimilada por boa parte da população pensante. Recentemente fui pesquisar sobre o assunto e vi que em 2000 com as relações em andamento do Brasil com o FMI, o Fundo Monetário Internacional, o termo fortaleceu a compreensão para seus aspectos relacionados ao comércio, as transações financeiras e os movimentos de capital e de investimento, oportunizando o desenvolvimento de certa rejeição por parte de muitos ativistas culturais e políticos em nosso país e no mundo. 

Mas globalização refere-se também a migração e movimento de pessoas e a disseminação do conhecimento, além dos desafios ambientais como as mudanças climáticas, poluição do ar e excesso de pesca nos oceanos, de queimadas nas florestas, manejo de solos e mananciais aquíferos e energéticos. Tudo isso está ligado à globalização.

Hoje estamos totalmente imersos na tal globalização sob todos os aspectos e nada mais nos causa estranhamento. Temos acesso às notícias em tempo real sobre fatos ocorridos em qualquer ponto do planeta e podemos opinar e discutir sobre qualquer assunto, com qualquer pessoa a qualquer momento, através das redes sociais, como o Facebook e outros, confortavelmente instalados em nosso lar.

Os assuntos debatidos também estão globalizados e alguns são bem polêmicos a ponto termos compreendido que não convém aborda-los se não estamos preparados para entrar em uma roda viva de discussões e até desacato, caso não concordemos com a opinião de certos internautas mais agressivos. Recentemente compartilhei em meu “feice” o cartum de um colega, cujo tema é a questão que está sendo discutida a respeito da disciplina nas salas de aula e a possibilidade de impedimento de punições a alunos problemáticos, com suspensão ou expulsão. Há um entendimento de que isso não será mais permitido. Imaginem como será daqui pra frente se essa medida for adotada. O aluno que desrespeitar colegas ou professores não poderá mais ser punido disciplinarmente de forma rigorosa e a escola terá de encontrar um meio para solucionar o problema internamente, sem o afastamento do desajustado. É bem complicado...

Pensando nisso, lembrei-me de outro fato ocorrido recentemente, que também circulou pela internet, observei que ainda vigora a velha regra que diz que se não punirmos os desajustados, a própria vida o fará. Refiro-me ao ocorrido recentemente, quando um menino que ignorou todas as normas e advertências de segurança, ao visitar um zoológico da cidade de Cascavel no Paraná, acabou sendo atacado por um tigre, tendo seu braço arrancado. O fato foi bem documentado, com imagens inclusive, que circulam livremente pela internet, fato que tem intrigado a polícia, que deseja saber quem são seus autores.

No “feice”, após o ocorrido circulou até lista de adesão para que a fera fosse sacrificada, como se tivesse culpa, Imaginem só! É como se na arena de touradas o touro fosse o culpado de todas as agressões “esportivas” a que os toureiros lhe submetem. Não tem cabimento, mas esse é o mundo em que vivemos, expondo-se diariamente através das redes de comunicação, para que o avaliemos e quem sabe, se formos coerentes possamos discuti-lo e reformula-lo, para melhor.

Enfim, o menino que foi trucidado pelo tigre, agora, também através das redes sociais e de comunicação, apela para que não sacrifiquem o animal, reconhecendo sua culpa por imprudência e descaso. Certamente aprendeu da forma mais dolorosa, a lição de que não devemos “cutucar o tigre com vara curta”, como diz aquele ditado que me criei ouvindo “dos mais velhos” e que também transmiti aos meus filhos.